6 de mar. de 2011

Discos Voadores no Brasil Colônia




Detalhe do Mapa do Rio de Janeiro, de João Teixeira Albernaz I, mostrando a Ilha do Gato, terra natal dos Temiminós, 1624


Existem relatos de aparição de OVNI em várias partes do mundo, alguns com mais de 47.000 anos. A Bíblia, por exemplo, cita que Ezequiel testemunhou o pouso do que seria uma espaçonave perto do Rio Chebar, na Chaldea, em 593 a.C. Na Irlanda, populares fizeram contato com prováveis alienígenas no ano de 956. Nessa mesma época, em Lyon, na França, três supostos ETs foram capturados e depois mortos por terem "poderes mágicos".

Em Roma, no século IV, o historiador Julio Obsequins citou várias aparições de OVNI em seu manuscrito "Prodigerium Liber" e, no final do século IV, o Imperador Teodosio I fez registrar a visão que aterrorizara a cidade: um estranho objeto voador que brilhava intensamente, cercado por dezenas de outros menores. No Brasil, o primeiro caso documentado de provável atividade extraterrestre foi a abdução de um indígena, irmão do famoso Araribóia. Voltemos um pouquinho no tempo para acompanhar o episódio.

Rio de Janeiro, 1555. No meio da Baía de Guanabara, destaca-se a Ilha de Paranapuan ou dos Gatos (atual do Governador), habitada pelos índios temiminós. Suas aldeias eram freqüentemente atacadas pelos tamoios, que eram mais numerosos e habitavam toda a orla da baía. Mais de 6 mil temiminós foram mortos e comidos pelos inimigos.

Temendo que a recente chegada dos franceses (Villegaignon) estimulasse uma nova investida dos tamoios contra a ilha, o cacique Maracajaguaçu (Grande Gato Bravo) pediu socorro ao capitão donatário Vasco Fernandes Coutinho, no Espírito Santo. Os portugueses acudiram enviando quatro navios para resgatar os 2 mil sobreviventes e levá-los à aldeia de Vitória. A condição para salvar os índios foi de que se tornassem católicos, o que foi prontamente aceito.

LUA DE MEL SIDERAL
Após o desembarque, o cacique e seu filho Araribóia levaram parte da tribo para o interior da capitania, onde fundaram a aldeia que deu origem à cidade de Serra; o outro filho, Manemuaçu, ficou com alguns guerreiros (flecheiros) no litoral para ajudar os portugueses na defesa contra os franceses, holandeses e selvagens botocudos.

Em 20 de janeiro de 1558, dia de São Sebastião, foi realizado o batismo de Manemuaçu - agora chamado Sebastião de Lemos - e seu casamento religioso com a indígena que era sua companheira. Tudo parecia transcorrer bem até que, poucos dias depois, Manemuaçu desapareceu. As buscas realizadas não deram em nada, não havia nenhuma pista dele. Passadas quase duas semanas, ele reapareceu na aldeia, cambaleante, em estado de choque. Cuidado pelos jesuítas, Manemuaçu não resistiu e morreu em 2 de abril daquele ano.

José Teixeira de Oliveira e outros historiadores capixabas, baseados no relato do jesuíta Francisco Pires, descrevem a morte e enterro do índio Sebastião de Lemos. O fato é relatado também por Serafim Leite no livro "História da Companhia de Jesus no Brasil", página 327.

Mas é no depoimento do Padre Antônio de Sá, em carta datada de 13 de Junho de 1559, que se reforçam as suspeitas de abdução: o religioso relata que Manemuaçu, tendo sumido por alguns dias da aldeia, ao retornar disse ter sido vítima de rapto feito por seres estranhos, que o levaram para um lugar desconhecido. Muito doente, passou a ser considerado maluco e os jesuítas afirmaram que "demônios invadiram o corpo de Sebastião".

Pesquisadores modernos, após examinarem todos os registros deixados pelos padres, levantam a hipótese de que o irmão de Araribóia foi raptado por seres extraterrestres, sendo este o primeiro caso de abdução registrado no Espírito Santo e, talvez, no Brasil.