Uma das principais reivindicações dos ufólogos brasileiros é o reconhecimento oficial do Fenômeno UFO. Na realidade, a intenção é a de que o Governo admita que existe um fenômeno autêntico, de origem desconhecida e, provavelmente, segundo defendem os pesquisadores, não-terrestre. A idéia já incentivou inclusive campanhas feitas no passado, através de adesivos e camisetas que costumavam aparecer nos eventos de Ufologia pelo país afora. Agora, a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), iniciada em abril de 2004 através da Revista UFO, reaviva as discussões e faz tomar corpo, no país, o anseio de ver o tema tratado com a necessária importância. Essa forma de tratar a questão não é, no entanto, uma regra para toda a América Latina. Uruguai e Chile avançaram bastante nesse sentido e criaram políticas de investigação a respeito do tema. No Chile esse trabalho é feito desde 1997 pelo Comité de Estudios de Fenómenos Aéreos Anômalos (CEFAA), ligado à Escola Técnica Aeronáutica e presidido pelo general Ricardo Bermudéz. Ambos os programas têm vários pontos em comum, buscam suporte acadêmico e tiveram sua origem baseada na preocupação governamental com a segurança do espaço aéreo nos territórios de ambas as nações. Além disso, promovem e participam de eventos internacionais, nos quais buscam novas informações ou procuram incentivar outros governos a adotarem a mesma conduta diante do fenômeno.
Onda Ufológica - O CEFAA cresceu significativamente nos últimos anos. A entidade se fortaleceu bastante a partir de uma grande onda ufológica que o Chile experimentou em 1997. Mas foi mesmo a partir de 2000 que o compromisso das Forças Armadas chilenascom a busca de respostas para o Fenômeno UFO ficou ainda mais evidente. Em março daquele ano, por ocasião da Feira Internacional do Ar (FIDAE), a mais importante exibição de tecnologia aeroespacial do Chile, um workshop oficial do evento tratou exclusivamente de Ufologia. Foi um marco para a Ufologia Chilena. O grupo de debates formado no evento assinou conjuntamente um documento que, entre outras conclusões, afirmava que “os antecedentes largamente discutidos no workshop indicam que os fenômenos aéreos anômalos são reais e neles estão inseridos incidentes com objetos voadores não identificados, que são raros e aleatórios, mas específicos”. Além disso, segundo o documento, “os estudos sérios realizados até esta data não lograram êxito em resolver as infinidades de incógnitas que envolvem este controvertido assunto, o que leva à atual impossibilidade de se avançar algumas teorias até encontrar respostas validadas cientificamente”.
Para chegar a estas conclusões, neste que foi um dos eventos mais importantes da história da pesquisa ufológica no Chile, muitos momentos de tensão ocorreram entre os debatedores. Os civis pediam com veemência que os militares liberassem suas informações de uma vez por todas. Uma das horas mais tensas foi quando o autor espanhol Benítez pediu que o grupo da FIDAE colocasse ao final do relatório a requisição oficial para que a Força Aérea Chilena (FAC) abrisse seus arquivos. Um general reagiu imediatamente e garantiu que a FAC não detinha mais segredos “reveláveis”, o que foi evidentemente contestado. Além disso, os membros militares do CEFAA temem ficar estigmatizados por validarem aquilo que, para a população em geral, seria uma “crença de malucos”.
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