2 de mar. de 2011

A Equação de Drake e as Civilizações Extraterrestres


Em 1960 a comunidade astronómica americana reuniu-se em Green Bank, no estado de West Virgínia, num encontro que serviu para criar as fundações da busca de civilizações extraterrestre, entre os quais o programa SETI, e lançar a pesquisa cientifica sistemática sobre a origem, formação e evolução de vida no universo.
O contributo do astrónomo Frank Drake viria a ficar famoso pois concebeu uma pequena e simples equação* que pudesse estimar, de modo razoável, quantas civilizações existiriam presentemente na nossa galáxia, o que justificaria as despesas de um programa com credibilidade científica, na busca sistemática destas. Tal aventura nunca seria realizada e apoiada financeiramente se o resultado de tal equação fosse apenas 1, pois indicaria que (provavelmente) existiríamos apenas nós em toda a Via Láctea. Frank Drake concluiu que pelo menos deveriam existir 10!
A equação de Drake, como ficou conhecida para a história, é baseada em grandezas obtidas na investigação das ciências sociais, biológicas e astronómica que, como exemplo podemos apresentar: quantas estrelas há na Via Láctea, que fracção delas podem ter planetas, que fracção de planetas apresentam condições para a vida, etc. Estas grandezas não são fáceis de obter e entre 1960 e os dias de hoje muito mais se aprendeu e áreas do conhecimento onde havia apenas estimativas teóricas que pareciam razoáveis são hoje objecto de estudo e medições apuradas, o que nos permite refazer o resultado de Drake e eventualmente refinar os termos que a equação original contém.
(*)
A Equação de Drake é formulada como segue:
N=R*xfpxnexflxfixfcxL
Onde:
N é o número de civilizações extraterrestres na nossa galáxia com as quais poderíamos ter hipóteses de estabelecer comunicação.
R* é a taxa de formação de estrelas na nossa galáxia.
fp é a fracção de tais estrelas que possuem planetas em órbita.
ne é o número médio de planetas que potencialmente permitem o desenvolvimento de vida/por estrela que tem planetas
fl é a fracção dos planetas com potencial para vida e que realmente desenvolvem vida
fi é a fracção dos planetas que desenvolvem vida inteligente.
fc é a fracção dos planetas que desenvolvem vida inteligente e que têm o desejo e os meios necessários para estabelecer contacto.
L é o tempo esperado de vida de tal civilização.
(Wikipédia)
Comunicado da OAL/FCL:
Nesta palestra faremos uma apresentação da envolvente que a equação de Drake tem e abrimos as portas a um ciclo de algumas palestras sobre cada um dos termos da equação. Assim, convidaremos cientistas especializados nos tópicos de cada termo da equação para explanarem o estado do conhecimento em cada caso e apresentarem o valor que hoje a ciência consegue atribuir a cada um deles. No final deste ciclo de palestras teremos uma moderna estimativa do que se pode esperar do espaço à nossa volta, quanto a civilizações inteligentes alienígenas.
É com enorme prazer que podemos anunciar que o OAL retoma a transmissão das suas Palestras Mensais através da Internet.
No dia 28 de Março a partir das 21h30 visite o seguinte endereço:
http://live.fccn.pt/oal/
e poderá assistir à videodifusão da palestra em epígrafe, feita pelo Prof. Rui Agostinho (FCUL/OAL/CAAUL).
Para mais informações use o telefone 213616730, ou consulte:
http://www.oal.ul.pt/palestras
Imagem: radiotelescópios do Projecto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence).