4 de dez. de 2010

Tecnologia do Impossível




O complexo da Esfinge é formado pela própria Esfinge, o Templo da Esfinge - que fica logo à sua frente -, e pelo Templo do Vale de Khafre (nome egípcio para Quefren, em grego) – situado à sua direita, ao sul. O Templo do Vale é o maior dos dois, com uma base quase quadrada, e medindo aproximadamente 40 metros de cada lado. Originalmente mediam cerca de 12 metros de altura, sendo construídos de blocos de pedra calcária, com um revestimento interno e externo de granito. Boa parte deste revestimento foi retirado do Templo da Esfinge, deixando-o em um estado muito dilapidado. Por contraste, o Templo do Vale permanece quase intacto.
       O que mais chama a atenção para estes monumentos, é o fato de estarem desprovidos de seus tetos (que devem ter caído há séculos atrás) e principalmente, o uso de gigantescos blocos de pedra em sua construção, muitos dos quais possuem peso estimado em mais de 200 toneladas. Não há, literalmente, blocos pequenos aqui: cada bloco é enorme, os menores pesando cerca de 50 toneladas. É difícil entender como tais monstros megalíticos foram levantados, manobrados e postos no lugar pelos antigos egípcios. Mesmo hoje, os engenheiros enfrentariam enormes desafios se tivessem que fazer réplicas destes Templos.
       Para se ter a idéia do desafio que os engenheiros atuais teriam para erguer tais Templos, os guindastes hidráulicos e gruas que vemos hoje nas construções de casas e edifícios não são capazes de levantar os blocos de pedras utilizados nos Templos. Estes guindastes normalmente levantam no máximo 20 toneladas (e isso no ponto mais perto da torre; - na parte mais distante, o peso máximo é cerca de 5 toneladas).
       Cargas de mais de 50 toneladas requerem guindastes especiais, e para cargas de 200 toneladas, seria exigido um guindaste do tipo “ponte”, como os vistos nos maiores portos ou fábricas, que servem para levantar tratores, grandes caminhões, tanques de guerra, ou enormes chapas de aço usadas na construção naval).
       Mesmo assim, a maioria destes guindastes tem um limite de apenas 100 toneladas, e são equipados com enormes peças de aço e poderosos motores elétricos. Hoje no mundo, deve existir menos de uma dúzia destes guindastes em terra. Para cada um deles, contra-peso pesa cerca de 160 toneladas, o braço tem em torno de 70 metros de comprimento, e para montá-lo é preciso o trabalho de aproximadamente 20 homens durante algumas semanas para preparar o solo.
       Para complicar ainda mais o quebra-cabeças, imagine o trabalho que daria para erguer e colocar no lugar centenas destes blocos em uma área tão limitada quanto o platô de Gizé.
       Cada vez que um engenheiro analisa o local, fica perplexo. Apesar de não sabermos exatamente como foi feito, é inegável o fato de que um povo com uma tecnologia muito avançada, capaz de retirar estes blocos de seu leito, levantá-los e colocá-los perfeitamente em posição, existiu na Terra muito antes de nossa civilização.

       Para os egiptólogos, tal mistério é resolvido empregando termos como “rampas de areia ou pedras” e “força humana ilimitada”. Para os engenheiros, no entanto, estas explicações não tem fundamento.
       Apesar de não haver estudos técnicos sobre a logística necessária para se construir tais templos, estes já foram realizados em relação às pirâmides. O resultado disso, em um profundo estudo que envolveu arquitetos e engenheiros, mostrou que estas explicações são, no mínimo, vazias ou sem fundamento.


As Rampas

       Uma das teorias mais aceitas para construção das pirâmides e por conseqüência dos templos também, é a de uso de rampas. Segundo esta teoria, conforme as construções iam seguindo em altura, rampas acompanhavam, sendo aumentadas ao longo, para que as pedras pudessem ser puxadas e arrastadas através de cordas e muita força humana para cima, até alcançarem o topo.
       É divertido observar que, quando esta teoria foi trazida à público, quase que imediatamente foi tomada como fato, e muitos chegaram a acreditar (e muitos outros ainda o fazem) que esta teoria foi baseada em extensos estudos de engenharia e arquitetura.

       No entanto, estudos posteriores mostraram que para que fosse viável que os operários pudessem puxar e arrastar os enormes blocos de pedras através de tais rampas para construção das pirâmides, ela deveria ter um gradiente máximo de 1 em 10. Isto significa que, para o caso da Grande Pirâmide, cuja altura original era aproximadamente 150 metros, a rampa deveria ter quase um quilômetro e meio de extensão, e quase 3 vezes a massa da própria pirâmide.
       Mais ainda, estudos realizados por engenheiros japoneses mostrou que mesmo com o uso de rampas, o óleo que deveria ser utilizado para fazer deslizar os blocos de pedra, teria o mesmo efeito nos homens, fazendo com que os mesmos escorregassem como num gigantesco tobogã.
       Para piorar, tais rampas não poderia ser de areia. Deveria ser utilizado um granito tão sólido quanto os próprios blocos, para que sustentassem o peso que poderia chegar à mais de 70 toneladas para cada peça (para o caso da Grande Pirâmide, ou 200 toneladas para o caso do Templo do Vale), mais o de centenas ou milhares de homens juntos. Para que entenda o que significa este peso, 200 tons equivalem a cerca de 200 carros médios empilhados!
       Mesmo que estas rampas tenham sido utilizadas, onde está o que sobrou delas? Não há nem vestígios de seu uso na região. E porque os egípcios não deixaram tamanho feito registrado em nenhuma estela, como era de costume?

Força Humana

       Se o uso de guindastes e rampas parece improvável na construção destes incríveis templos e pirâmides, mais ainda me parece o uso exclusivo de força humana.
       Um estudo realizado pelo engenheiro francês Jean Leherou Kerisel, consultor da construção do metrô do Cairo, mostrou que para levantar e colocar no lugar as pedras de 70 toneladas usadas na Câmara do Rei (na Grande Pirâmide), seria necessária a força de 600 homens agrupados em times, e espremidos em uma rampa muita larga, contra um dos lados da pirâmide.
       Se levarmos este cálculo em consideração, e tomando-o como base, podemos supor que seriam necessários cerca de 1800 homens para fazer o mesmo trabalho com os blocos de 200 toneladas do Templo do Vale.
       Mas seria esta tarefa realmente possível de ser realizada? Partindo do princípio que cada bloco de pedra tem cerca de 10m x 3m x 4m de dimensão, e que as paredes do Templo não excedem 40m de extensão em cada lado, como um número tão grande de homens poderia se organizar para trabalhar (eficientemente) em um espaço tão limitado? Assumindo o espaço mínimo ocupado de 1m de lado para cada homem, cada time de trabalhadores não poderia ter mais de 40 ou 50 homens em linha. Para que fosse possível agrupar os 1800 homens, se faria necessário nada menos que 45 ou 36 fileiras de 40 ou 50 homens respectivamente, puxando em uníssono cada bloco.

As Perguntas

       Mesmo assumindo estas possibilidades e que as dificuldades tivessem sido vencidas, algumas perguntas vem para nos assombrar:
- Quanto tempo seria necessário para se construir tais templos e pirâmides empregando este métodos?
- Com quantos homens?
- Porque tanto trabalho?
- Porque tanta meticulosidade e precisão?
E principalmente:

- Porque usar pedras de 200 tons quando seria muito mais fácil, mais rápido e menos dispendioso, usar blocos de 2 ou 3 toneladas?

       Também devemos nos perguntar quando estes templos foram construídos.
       Apesar de sabermos que eles foram utilizados para os ritos funerários dos faraó Khafre, não há provas de que foi ele quem os construiu. Ao contrário, se as evidências geológicas do professor Robert Schoch estiverem corretas, então é certo de que Khafre não construiu estas estruturas.

       Para afirmar isso, Schoch se baseou no fato de que para construir a Esfinge, foi escavada uma trincheira na rocha do platô de Gizé em forma de ferradura. Do miolo central, foi esculpida a Grande Esfinge e das pedras retiradas nesta escavação, foram construídos os templos (do Vale da Esfinge e do Vale de Khafre). Ou seja, segundo estes estudos, os templos tem a mesma idade da Grande Esfinge (cerca de 12500 anos), podendo ser então milhares de anos mais antigos que os egiptólogos sugerem.
       O suporte para esta possibilidade é o fato de que as pedras destes templos, demonstram precisamente os mesmos desgastes de erosão por chuva que a própria Esfinge.
       O mais impressionante é que analisando a cobertura de granito ainda existente nestes templos, parece que foi esculpida para que se encaixasse nos blocos calcários que na época já eram altamente marcados pela erosão. Podemos verificar que esta cobertura data do Antigo Reinado, ao contrário dos blocos calcários usados em sua construção, que são muito mais antigos.
       Estamos olhando para o legado de uma civilização que tinha uma tecnologia muito mais avançada que a nossa, e propósitos muito além que a maioria das pessoas pode imaginar, em uma época que supostamente não deveria existir nenhuma civilização na Terra.
       Isso nos lembra um antigo texto hermético de origem egípcia, chamado “O Sermão Sagrado”, o qual menciona homens deuses “devotados ao crescimento da sabedoria” e que viveram “antes da Inundação” e cuja civilização foi destruída: “E haverão poderosos memoriais de seus trabalhos na Terra, deixando um legado para quando os ciclos forem renovados...”