3 de dez. de 2010

Comissária de bordo relata encontro com UFO durante voo

Desde criança, sempre tive muito interesse pela Ufologia. Vivi minha infância numa cidade do interior do Rio Grande do Sul, onde, sob o céu quase sempre limpo, as noites quentes eram minhas preferidas para mirar as estrelas. Infelizmente, nada encontrava, mas não desistia. Aos nove anos, já vivendo na capital gaúcha, Porto Alegre, tive minha primeira experiência com o Fenômeno UFO. Numa linda noite de verão, no fim da década de 60, estava na calçada em frente de casa, pulando corda com um amigo, quando algo acima nos chamou a atenção. Eram duas naves que brilhavam sob a luz da Lua. Estavam se locomovendo bem devagar e em silêncio, mais ou menos a uma altitude de 800 m. Até parecia que queriam ser vistas, como se estivessem em desfile. Ficamos extasiados e permanecemos ali, de olhos arregalados. Elas tinham o diâmetro do comprimento de um Boeing 747 [Cerca de 70 m] e eram circulares, como pratos. Somente após uns 20 minutos, as naves saíram dali numa velocidade incrível, mantendo sempre a mesma distância uma da outra, desaparecendo no meio das estrelas em menos de um minuto. Este fato seria uma preparação para o que viveria muitos anos depois. Em 1975, decidi ser comissária de bordo e fui selecionada pelas companhias Vasp e Varig. Resolvi seguir carreira na primeira e comecei meu trabalho em setembro de 1976, tendo sido batizada pela empresa com o nome de Candy, como era hábito na aviação comercial, na época. Foi neste mesmo ano que vivi uma experiência incrível, que acredito ter sido um contato extraterrestre. Eu estava escalada para o vôo 282, operado com um Boeing 737, que naquela época decolava às 22h00 de São Paulo rumo a Belém, com escala em Brasília. Era um vôo longo e concorrido, e sempre ficávamos um dia em Belém, ao chegarmos, nos refazendo para tomarmos a direção oposta.

O trajeto até Brasília, de pouco mais de uma hora, transcorreu normal. Pousamos na Capital Federal e decolamos rumo a Belém à 01h00, para uma etapa que teria 03h40 de duração. A previsão de chegada lá era para às 04h40. Naquela época, o serviço de bordo nas companhias aéreas brasileiras era uma maravilha, muito diferente de como é hoje. Passava-se primeiro o carrinho de drinques, e depois, com muita calma, oferecíamos o jantar acompanhado de mais bebidas. Após tudo isso, ainda servíamos cafés e licores. Primava-se pela alta qualidade no atendimento aos clientes. Bem, encerrada a longa refeição, a luz da cabine de passageiros foi apagada para que eles pudessem descansar, como sempre fazíamos, não nos esquecendo de pedir para que fechassem suas janelas individuais, já que o Sol estaria se aproximando do horizonte quando de nossa chegada em Belém. Enquanto isso, a tripulação se reuniu na galley [Área de preparação das refeições e demais serviços] na parte de traz da aeronave, em silêncio para não acordar os passageiros. Passado algum tempo, o comandante nos chamou à cabine de comando. Minha reação em atendê-lo foi natural, já que cabe aos mais novos estarem sempre alertas, principalmente em um vôo noturno, e eu era a mais nova naquele vôo e na companhia. Atravessei todo o corredor e, quando abri a porta da cabine, tomei um enorme susto ao ver que ela estava totalmente imersa numa poderosa luz, tanto que eu não conseguia sequer ver o piloto e o co-piloto, pela ofuscação.


Ana Prudente, comissária de bordo da extinta Vasp que teve experiências ufológicas em vôo
Uma luz que inundava a cabine

Com muita rapidez, fechei a porta e sentei no banco atrás do comandante, com os olhos fechados e com meu braço direito sobre eles. Aquela luz branca era tão intensa que temi que me cegasse para sempre. Ainda sob o impacto daquilo tão inusitado, perguntei ao comandante o que era, mas ele não tinha idéia. “Se eu soubesse, responderia”, disse-me, igualmente estupefato. “Mas de onde veio isso?”, Perguntei, insistindo. Ele me falou que era uma luz ou um objeto que veio de longe, aproximou-se de nossa aeronave a passou a iluminá-la daquela forma. E me perguntou se era possível aos passageiros também verem a luz. Respondi que nem pelas escotilhas das portas, que não se fecham, nem pelas janelas havíamos visto qualquer coisa estranha. “Menos mal. Então este negócio está só aqui, em cima da cabine”, respondeu. O objeto que emanava toda aquela luz cegante permaneceu sobre nós, na mesma velocidade do avião – cerca de 930 km/h –, por uns 10 ou 15 minutos, mas que pareceram uma eternidade. Durante todo este tempo, o co-piloto tentava contato com o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em Brasília, com as torres de controle dos aeroportos de Belém e Manaus, mas ninguém respondia. Lembro ainda de ouvi-lo comentar que nem outras aeronaves responderiam, já que estávamos praticamente sozinhos numa travessia sobre a Amazônia, no meio da noite e numa época em que eram poucos os vôos que faziam aquele trajeto. Após aqueles 10 ou 15 minutos, percebemos que a luz começou a diminuir e o comandante me orientou a abrir os olhos com cuidado e devagar. Foi então que vislumbrei algo sem forma definida, de muita luz branca e bem grande, envolto em raios vermelhos e azuis em movimento. Aquilo começou a se afastar de nós em alta velocidade, subindo a uns 45 graus para cima e na direção nordeste. Acompanhamos o trajeto do UFO até que se tornou apenas um ponto no meio das estrelas, e então o perdemos.

Estranho efeito de bronzeamento - Ao voltar a perguntar aos pilotos como aquilo havia chegado tão próximo de nosso avião, me contaram que a luz se aproximou da mesma forma que se foi, só que veio pelo lado esquerdo, descendo 45 graus e vindo da direção noroeste, e seu afastamento teria sido na mesma velocidade com que foi sua aproximação. O comandante me disse que, a princípio, pensou que fosse uma estrela. Mas quando ela começou a crescer muito, ambos chegaram a imaginar que fosse algo que viria de encontro ao Boeing 737 – e que poderia até nos derrubar. Felizmente, tudo esteve o tempo todo sob controle e não houve pânico. Nenhum passageiro ou mesmo outro membro da tripulação observou aquela luz. Uma situação destas, especialmente num vôo sobre a Amazônia, poderia ter resultado num caos. Chegando a Belém, fomos conduzidos ao hotel e toda a tripulação foi dormir. Ao acordar e lavar o rosto, na manhã seguinte, qual não foi minha surpresa ao ver no espelho que eu estava avermelhada, como se tivesse passado horas debaixo de Sol forte. Havia uma listra branca na horizontal sobre meu rosto, exatamente na região dos olhos e da grossura do meu braço. Aquela área não recebeu luz e não se bronzeou, mas o braço, sim, assim como a região desprotegida do rosto, que estava todo da mesma cor. Percebi que todas as partes do meu corpo que ficaram expostas estavam da mesma forma. Tomada por um pânico controlado, desci para ver se encontrava alguém da tripulação tomando café da manhã. E todos já estavam lá, curiosos e aguardando a minha chegada. O comandante, que havia colocado óculos de Sol durante o evento, teve seu rosto marcado por ele, e o co-piloto ficou com a marca de sua mão na região dos olhos.

“Fui aconselhada a não falar nada” - No retorno a São Paulo, fomos instruídos para que passássemos pelos médicos da empresa, mas nada foi constatado além de uma característica exposição ao Sol. Nenhum de nós ficou com seqüelas e nossa recuperação foi normal, exceto pelo susto, que perdura até hoje. Dez dias depois, fui chamada ao setor de operações da companhia, chefiado pelos comandantes, e lá recebi conselho para que não contasse a ninguém o ocorrido, pois poderia ser ridicularizada e o fato, se vazasse, seria negado por eles. Eu entendi o recado e passei muitos anos sem revelar nada disso a ninguém, fazendo-o agora à Revista UFO por reconhecer sua seriedade. O que vivi em 1976 seria apenas a primeira de uma série de avistamentos que tive durante os 13 anos em que voei, que oportunamente descreverei. Ao fazer este relato, aqui, minha esperança é de que mais tripulantes venham a público contar suas experiências, para o benefício do entendimento da presença alienígena na Terra.

Fonte Revista UFO